Córdova é uma cidade histórica situada na Comunidade Autónoma da Andaluzia, no interior da Espanha mediterrânica, junto ao vale do rio Guadalquivir. No início do século VIII, Córdova assumiu uma posição de destaque como capital do primeiro califado hispano-muçulmano. Sob o governo de Abd al-Rahman III al-Nasir, primeiro califa de Córdova, a cidade conheceu um período de grande desenvolvimento político, económico e cultural. 

É desta época a construção da Madinat al-Zahra, uma cidade-palácio edificada como expressão do poder califal e da sofisticação da corte omíada. Atualmente, apenas 12% da cidade-palácio é visível, estando o restante soterrado e protegido por medidas preventivas que impedem a urbanização indevida. 

Foi neste enquadramento que teve início a visita a Córdova, com Carmen González (Professora da Universidade de Córdova – Arqueóloga especializada em história da arte árabe-islâmica), do projeto Green Heritage , organizada pela Casa Árabe, entidade parceira do consórcio, com o objetivo de promover a conservação sustentável do património cultural de Córdova. A visita incluiu encontros com associações locais parceiras, focadas no diálogo intercultural, na sustentabilidade e no desenvolvimento comunitário, entre as quais: 

Pax Patios de la Axerquía (Organização dedicada à preservação dos pátios tradicionais de Córdoba como célula ecossocial), um projeto que se centra na recuperação sustentável e comunitária do património e premiado pela Europa Nostra. 

Fundación Las Fuentes – Fundação para a inclusão social e cultural – que nos levou a refletir na integração do património cultural de Córdova no ambiente do rio Guadalquivir. 

E, ainda, a Associação Amigos de Medina Azahara – uma associação dedicada à promoção, preservação e divulgação do património histórico e arqueológico do sítio de Medina Azahara e que promove o envolvimento dos amigos da Medina que fazem a ponte entre a cidade e o património. 

O itinerário incluiu ainda uma análise aprofundada à Mesquita-Catedral de Córdova, classificada como Património Mundial pela UNESCO desde 1984, a sua construção prolongou-se por mais de dois séculos, sendo concluída em 987, tornando-se a segunda maior mesquita do mundo islâmico à época. 

Por fim, a visita integrou o Festival dos Pátios, uma celebração primaveril classificada como Património Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO. Este evento permite aos visitantes conhecer o património floral e arquitetónico da cidade, refletindo o espírito comunitário e a estética singular da cultura andaluza.  

O projeto GreenHeritage visa transformar parques arqueológicos em centros educativos, ligando a preservação do património cultural ao ensino prático da sustentabilidade para as novas gerações. Visite o site do Green Heritage Aqui.