Inês Bettencourt da Câmara

Formada em Comunicação Social e doutoranda em Ciências da Comunicação no ISCSP-UL, interessa-se em especial pelas funções sociais e institucionais do museu, gestão cultural e comunicação cultural e desenvolvimento de públicos, e pertence ao Executive Committee da ONG europeia ‘Culture Action Europe’.

É também membro do ICOM (Comité Internacional de Profissionais de Museus), SOPCOM (Sociedade Portuguesa de Comunicações), APOM (Associação Portuguesa de Museologia) e ESA (Associação Europeia de Sociologia). Lecionou nas áreas da sociologia, marketing e comunicação durante cerca de dezoito anos.

Fundou a Mapa das Ideias em 1999 e mantém-se como diretora desde então.

O meu objeto

O meu objeto escolhido é simultaneamente muito recente e muito antigo.
Trata-se de um pangolim esculpido em pedra, oferecido por um amigo próximo. Foi uma prenda imprevista para ambos. Ele reagiu perante a minha emoção.
Este pangolim é o protagonista das histórias do meu pai, nas manhãs de fim de semana, quando eu era muito pequena e conversávamos durante os preparativos matinais, na casa de banho cheia de vapor e fumo de cigarros. Trata-se de um animal estranho e exótico, herói de uma história corajosa por amor aos amigos e a uma cabrita. Não faço ideia do enredo fantasioso que originou a história pela primeira vez, mas o meu pai ficou incumbido de contá-la e recontá-la ao longo dos anos. Era sempre o ponto de partida da nossa conversa, este valente pangolim.